No dia 25 de outubro aconteceu a abertura da exposição “Bordando Afetos”, resultado de meses de oficinas que uniram o bordado e a fotografia como formas de expressão e cuidado. Idealizado pela artista Mitti Mendonça, o projeto faz parte do programa Mãos e Fios, iniciativa do MEA voltada à valorização da arte e das práticas artesanais.
Mais de 100 participantes de Horizontina e outras cidades da região, como Santa Rosa, Santo Cristo e Santa Maria, estiveram envolvidas nas oficinas ao longo do ano. A exposição reúne bordados feitos sobre fotografias em papel, técnica que surpreendeu as participantes e despertou novas possibilidades de criação. Cada obra carrega uma lembrança, uma saudade ou um momento especial.
“Ver esses trabalhos reunidos é como abrir um álbum de família. Cada fotografia bordada toca em questões muito íntimas e, ao mesmo tempo, cria pontes entre as pessoas. A exposição convida o público a se reconhecer nessas imagens e a se conectar com suas próprias lembranças”, destaca Mitti Mendonça.
Durante a abertura, o MEA recebeu visitantes acompanhados de familiares, amigos e participantes das oficinas. O espaço expositivo foi pensado para ser também interativo, com uma obra coletiva em que o público poderá deixar mensagens bordadas ao longo do período da mostra.

Fernanda Liceli Lowe foi uma das participantes assíduas das oficinas e compartilhou a experiência de transformar uma lembrança em arte: “Descobri no artesanato um espaço de pausa e reencontro comigo mesma. Minha obra foi construída com muito carinho a partir de uma foto especial do Natal de 2024, em que apareço com minha irmã. Ela veio de Nova Petrópolis para participar de uma oficina comigo no MEA e também escolheu uma foto nossa da infância para bordar. Bordar em grupo é terapêutico”.

O Mãos e Fios: acolhimento e transformação
O Bordando Afetos faz parte do Mãos e Fios, programa criado em 2023 pela mediadora cultural Claudete Engler. Desde então, o projeto já impactou mais de 750 mulheres em Horizontina e em outros municípios por meio de oficinas itinerantes. Além de atividades como crochê, tricô e bordado, o programa promove encontros de acolhimento, escuta ativa e voluntariado, mostrando como o artesanato pode ser ferramenta de saúde emocional e também de geração de renda.
“O Bordando Afetos mostrou que o ato de bordar pode ser também um gesto de cura. Quando as participantes trazem suas fotografias e começam a costurar lembranças, elas compartilham vivências, elaboram sentimentos e constroem vínculos. O MEA tem sido esse espaço de encontro entre memória, arte e afeto”, destaca Claudete Engler, mediadora cultural e criadora do programa Mãos e Fios.
Além do Bordando Afetos, o programa Mãos e Fios abriga outras iniciativas que fortalecem o intercâmbio cultural e a valorização das práticas tradicionais femininas no Noroeste gaúcho.
Um dos principais projetos é o “Amigas do MEA”, que promove encontros semanais e abertos ao público para confecção voluntária de peças em lã doadas a instituições sociais. Os encontros são momentos de partilha e escuta, onde o fazer manual se transforma em ferramenta de convivência e cuidado.
O Mãos e Fios também se estende para além de Horizontina com o projeto “Oficinas Itinerantes”, realizado em parceria com secretarias municipais e instituições sociais. As atividades são voltadas a mulheres atendidas por CRAS, CREAS e CAPS e já alcançaram cinco municípios gaúchos. Além do bem-estar emocional, o Mãos e Fios também atua na geração de renda, capacitando mulheres para atuarem como oficineiras e artesãs em suas comunidades.
Exposição aberta ao público
Os trabalhos produzidos nas oficinas estarão disponíveis para visitação até 8 de fevereiro de 2026, no Ateliê Educativo do MEA. A exposição convida o público a mergulhar em um acervo de memórias bordadas, onde cada fotografia se transforma em um portal de afetos, histórias e lembranças compartilhadas.
















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